16.6.09

Transporte escolar no Brasil é perigoso



Ministério da Educação avalia transporte escolar
Jornal Nacional [16.2.09]

Um levantamento constatou que 94% dos municípios do Nordeste não têm regras definidas para o transporte escolar e 36% dos veículos usados são irregulares. Quando o assunto é transporte escolar, o Brasil ainda não aprendeu a garantir a segurança dos estudantes. Uma equipe de técnicos do Ministério da Educação começou a avaliar o problema.

No caminho precário, um transporte inseguro. "Quando os meninos saem assim, nós ficamos preocupadas e o carro, tem vezes, que fica sem freio. Aí nós vemos a hora de matar todos os meninos", disse a agricultora Francisca do Nascimento.

O carro que desrespeita o Código Nacional de Trânsito, ao levar crianças na caçamba, é o transporte escolar pago pelo município de Milagres, no sul do Ceará.

O motorista José Félix diz que não pensa em trocar a caminhonete com 26 anos de uso. "Não tem condição de você botar um carro novo, porque você vê a situação das estradas como é".

Pesquisadores contratados pelo Ministério da Educação estão começando, pelo Ceará, um mapeamento das condições do transporte escolar no país. Em cada cidade visitada, eles avaliam as condições dos veículos, as rotas e a quantidade de alunos transportados.

Um levantamento prévio constatou que 94% dos municípios do Nordeste não têm regras definidas para o transporte escolar e 36% dos veículos usados são irregulares. Com a pesquisa, o governo federal quer ter uma idéia do quanto é necessário repassar aos estados e municípios para mudar esta realidade.

"São veículos que rodam em estradas precárias, exigem muita manutenção e um serviço que exige muito das prefeituras em termos financeiros", afirmou Thaís Ribeiro, do Programa Transporte Escolar (FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

Em Abaiara, no Ceará, a situação do ônibus escolar compromete até a frequência dos alunos nas aulas. "Vez ou outra quebra o ônibus. Quando não tem ônibus, tem que esperar pela vontade das pessoas para trazerem a gente", conta a estudante Cícera Nunes de Sousa.

E quando tem ônibus é sem vidros nas janelas, sem conforto, com pneus carecas e não serve só aos estudantes. Moradores pegam carona durante o percurso, o que deixa o ônibus lotado. É assim que os alunos começam um dia de aula: já pensando em enfrentar tudo isso de novo na volta.

Fonte: Rede Globo | Veja o vídeo


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